Widea, Vídea ou metal duro? Há uma nomenclatura mais correta?
As ferramentas de metal duro revolucionaram a indústria, permitindo avanços e velocidades de corte maiores em variados processos, caso da indústria metalomecânica e da fabricação de ferramentas da indústria madeireira. Porém, quando procuramos em sites de busca na internet, vemos que metal duro pode ter outras duas nomenclaturas: Widea e Vídea.
Essas nomenclaturas são diferentes, mas falam exatamente sobre o mesmo produto, que é produzido a partir de partículas de carbonetos de tungstênio.
No entanto, a confusão acontece principalmente pela história do material. Por isso, o esclarecimento é fundamental e é o tema deste artigo, que explicará os porquês do metal duro ter diferentes nomenclaturas.
Continue conosco e confira.
Uma breve história sobre o metal duro
A história do metal duro é datada do final da década de 20, na Alemanha. Na época, Karl Schröter descobriu que o carboneto de tungstênio, que é um composto frágil, com dureza entre 1.300 e 2.200 HV, possuía um conjunto de propriedades, como alto ponto de fusão, resistência ao desgaste e ao choque térmico, condutividade térmica e boa resistência à oxidação.
Com isso, o próximo passo era tentar produzir ferramentas cortantes a partir do carboneto de tungstênio puro. A meta até foi atingida, porém com considerável dificuldade, principalmente devido à alta temperatura exigida (2000°C). Isso resultava em ferramentas muito frágeis para uso nas indústrias.
Essa dificuldade foi resolvida misturando o carboneto de tungstênio com 10% de metais como ferro, níquel e cobalto. Com isso, pode ser sinterizado a 1500°C, com fase líquida, chegando a produtos duros, tenazes e que apresentaram baixa porosidade, resultando no que conhecemos como metal duro.
Widea: primeiro metal duro que hoje indica uma marca comercial
Seguindo a nossa história, os metais duros sinterizados para ferramentas de corte foram utilizados comercialmente pela primeira vez pela empresa alemã Fried Krupp em 1927, recebendo a denominação de “Widia”.
Essa nomenclatura vem de Wie Diamant, que no alemão significa “como diamante”, sendo essa a analogia ideal às propriedades de dureza e resistência ao desgaste do diamante. Por isso, essa é uma nomenclatura bastante utilizada até hoje.
Com o passar do tempo e o avanço da tecnologia, as melhorias foram constantes, sendo realizadas principalmente no processamento do pó, isso permitiu que a qualidade da produção fosse bastante beneficiada.
Além disso, com o metal duro chegando às indústrias brasileiras, o termo widea foi “abrasileirado”, sendo chamado de vídea (ou até mesmo vídia), mas sem nenhuma diferença quanto às características do material.
Mas afinal, qual é a nomenclatura correta?
Como explicado anteriormente, metal duro, Widea e Vídea representam o mesmo material, não havendo quaisquer diferenças entre os termos, ou seja, não há certo ou errado, todas as possibilidades são aceitas.
Mas, em um sentido mais amplo pode-se dar ao metal duro o título de classificação mais correta, pois permite que todas as pessoas do ramo entendam o que é, caracterizado pela dureza mais elevada, sem qualquer distinção específica.
O Widea (com “W”) é atualmente representa uma marca de metal duro que apresenta boa reputação no ambiente industrial. Já o Vídea (com”V”) nada mais é do que um erro de ortografia, popularização e até nacionalização do termo alemão.
Assim, se fossemos, de acordo com a importância dos termos, o ranking seria:
- 1º – Metal duro;
- 2º – Widea;
- 3º – Videa
Para finalizar vale ressaltar mais uma vez: Estes três termos são adotados para dizer exatamente o mesmo material, que consiste em partículas duras de Carbeto de Tungstênio incorporadas à uma matriz metálica (geralmente Cobalto)!
Para saber mais sobre o metal duro e suas aplicações te convidamos a continuar no blog da Fibra do Brasil.
1 Comment
Muito bem escrito o princípio e a história da Wídea.
Parabéns FIBRA do BRASIL.